Pode alguém separar uma mãe de seu filho achando que ele impediria a carreira dela? Ainda mais sendo o avô dessa criança? Por conta de ainda não ter nascido, nem um pouco de amor existe para o seu neto? Pois é o que temos aqui, nesse filme. E é essa criança que nos conta essa história. Às vésperas de completar 12 anos de idade, ainda num orfanato, o pequeno Evan (Freddie Highmore) acredita que seus pais estão vivos. Que a música o levará até eles. E por que a música, se ali no orfanato são impedidos de ouvir? Porque o dom em ouvir a música, ou a musicalidade que há nos movimentos tanto da natureza, como do que foi construído pelo homem, esse dom ele recebeu dos pais. Como ele mesmo diz: “A música está em tudo, basta saber ouvir.” E mais, acredita também que fora concebido ao som, pelo som de uma linda música. E estava certo. Por conta de uma nova faixa etária, ao ser entrevistado por um do Conselho Tutelar, em lágrimas, pede que gostaria de permanecer ali. Por receio de dificultar os pais de chegarem até ele. E ao ficar encantado com o assobio do cara, que diz que apenas segue o ritmo da música que sai no balanço dos sinos de vento… Ele marca a diferença para o Jeffries (Terrence Howard), que lhe dá um cartão para que ligue para ele sempre que precisar. Ao voltar ao quarto, em conversa com um amigo, resolve ir ao encontro dos pais. Como um ponto por onde começar, segue para Nova Iorque, a procura de Jeffries. E assim começa a sua longa jornada. De cá, acompanhamos essa trajetória ora com alegria, ora com aflição, mas sem perder o encanto. Quem assistiu “Em Busca da Terra do Nunca” (Finding neverland) irá sorrir com um pensamento do Evan após um pesadelo. Sempre seguindo a música, ele termina por conhecer o Mago (Robin Williams). Esse reúne crianças de ruas com dons artísticos num prédio abandonado. Mas não é um mecenas. Pelo contrário, é um explorador do talento daquelas crianças. E que o olho cresce diante do potencial talento nato de Evan. Ele quem escolhe um novo nome para ele: August Rush. Paralelo a isso, sua mãe (Keri Russell) toma conhecimento de que seu filho não morrera no acidente de carro. E se dispõe a procurá-lo. Nessa busca, o destino conspirando a favor, a faz encontrar Jeffries… August Rush, percebe que com o Mago não irá muito longe. Como se ficando com ele, o som do dinheiro o fará não ouvir o som do seu coração. E esse, quer ouvir o som que o levará até seus pais. Continuando na busca… ele ouve “Raise it up” e conhece Hope (Jamila Simone Nash). Que nome significativo para que o ajude a seguir em frente! A cena onde pai (Jonathan Rhys Meyers) e filho se encontram, arrepia! Não apenas por não saberem quem são, mas também pelo talento musical dos dois. Os dois, sentados na praça dão um show para duas pessoas: eles mesmo. Se alguém já detona um filme por ele ter um final previsível, é melhor assistir outro filme. Agora, irá perder um lindo final! Algo que nossos corações aceleram nos quinze minutos finais. Dizer que a trilha musical é linda, creio que possa parecer redundante. Nota: 10. Por: Valéria Miguez. O Som do Coração (August Rush). 2007. EUA. Direção: Kirsten Sheridan. Elenco: Freddie Highmore, Keri Russell, Jonathan Rhys Meyers, Terrence Howard, Robin Williams, William Sadler, Marian Seldes, Jamia Simone Nash, Leon Thomas III. Gênero: Drama. Duração: 100 minutos. https://cinemaeaminhapraia.com.br/2008/03/27/o-som-do-coracao-august-rush/
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